A China novamente acende o sinal de alerta, os casos de Covid estão aumentando e as restrições anti-contágio estão se tornando cada vez mais duras – semelhantes às que entraram em vigor no início da pandemia em 2020.
Dois anos depois, o vírus continua colocando dezenas de milhões de pessoas em confinamento. Um roteiro já visto e um sinal que a estratégia não funcionou e continua não funcionando, mesmo com a grande maioria da população vacinada. (aqui)
A província de Jilin, fronteira com a Coréia do Norte foi isolada, lá vivem 24 milhões de pessoas, e é onde passam os oleodutos para a Rússia. ( aqui)
Na cidade de Shenzhen, 17 milhões de habitantes estão em lockdown, até o dia 20 de março – a restrição foi ativada devido ao fato de 66 pessoas testarem positivo para a variante Omicron . Shenzhen é conhecida por ser um centro tecnológico ( vale do silício chinês) , onde gigantes como Huawei e Tecent estão sediados. (aqui)
A gigante de eletrônicos “taiwanesa” Foxconn, principal fornecedora da Apple, anunciou ontem (14-03) que suspendeu suas atividades no centro tecnológico chinês em Shenzhen, devido a uma nova onda de Covid. “Os negócios da Foxconn em Shenzhen, China, estão suspensos desde 14 de março, de acordo com a nova política covid-19 do governo local“, disse a empresa taiwanesa em comunicado. ( aqui )
O município de Xangai também reforçou a legislação de prevenção e controle do COVID-19 perante ao quadro de ressurgimento do vírus a nível nacional. Os moradores foram instruídos a não deixar a cidade, exceto em casos de “absoluta necessidade”, enquanto que os viajantes em trânsito devem apresentar um teste negativo realizado dentro de 48 horas antes da partida.
Os lockdowns em Shenzen causa muita preocupação, a cidade faz fronteira com Hong Kong e possui um dos maiores portos do mundo, o risco de causar uma interrupção nas cadeias de abastecimento globais é iminente – primeiro pela pandemia e depois pela os efeitos da invasão russa na Ucrânia.
Com os novos lockdowns os chineses também terão que lidar com os fabricantes de automóveis: Toyota e Volkswagen já suspenderam a produção.
Qualquer nova interrupção na cadeia de suprimentos global contribuiria para o caos nas empresas e por consequência na economia, que já estão nocauteadas com o aumento dos preços de mercadorias, combustíveis e frete, sem contar na escassez de trabalhadores.
Os novos lockdowns impostos por Pequim podem estar entrelaçados com a guerra entre a Rússia e Ucrânia, um risco de um movimento bélico chinês em Taiwan não esta descartado. Com o bloqueio de polos de produção na China pode também complicar os pedidos de apoio econômico da Rússia.
O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, disse ontem em um canal de televisão russo que o Kremlin terá como objetivo usar o yuan chinês como uma das reservas cambiais. ( aqui )
“O yuan chinês é uma moeda de reserva confiável e parte das reservas de ouro e divisas estão nessa moeda. Nas relações comerciais com a China, usaremos uma parte das reservas em ouro e em moeda denominadas yuan. Atualmente, o yuan continua sendo uma dessas fontes de reservas cambiais de nosso país e o usaremos em todos os aspectos.” Concluiu Siluanov.
A guerra geopolítica se torna cada dia mais complexa – enquanto os casos de covid aumentam a Rússia invade a Ucrânia, a China ensaia um conflito com Taiwan, o Irã lança mísseis no Iraque provocando Israel e a Coréia do Norte sonha dia e noite em atacar a Coréia do Sul.
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