POR: LUCCAS LIMA – correspondente internacional na França
O BRICS, duplicou seus membros em janeiro deste ano passando dos 5 originais para 10, por isso foi adicionado a sigla BRICS o “+”. Antes mesmo de ganhar o “S”, esse grupo de países era formado pelas 4 maiores economias emergentes do mundo que são Brasil, Rússia, Índia e China, sendo esses os membros os fundadores, dos quais quatro deles estão hoje entre as 12 maiores economias do mundo, sendo que dois deles já passaram a economia do Reino Unido e da França, com destaque para a China que esta em segundo lugar atrás apenas dos Estados Unidos e a Índia em quinto como mostra a tabela abaixo:
O agrupamento do BRIC aconteceu em 2009, e em 2010 os membros convidaram a África do Sul para a entrada, se oficializando como BRICS no mesmo ano. Aos poucos, esses países foram ganhando um peso cada vez maior no cenário internacional, e desde 2014, o grupo possui um banco em comum o New Development Bank, a qual Dilma Roussef é presidente.
Hoje esses países também são chamados de “SUL GLOBAL”, uma nova ordem mundial que visa concorrer com as maiores potencias do mundo, o G-7 (Canadá, Estados Unidos, Japão, Itália, França, Alemanha e Reino Unido) que sempre detiveram o monopólio internacional da economia e política, colocando sanções econômicas como forma de punição para aqueles que eles julgam ser o “eixo do mal”, como a Coréia do Norte, Cuba, Rússia, etc. Além de tirar vantagem econômica em benefício próprio e privilegiando suas empresas, e também tentam restaurar a ordem e democracia no mundo, deixando poucas oportunidades para que outros países se desenvolvam e entrem neste seleto grupo de privilegiados, mantendo assim um monopólio de poder.
Agora que o grupo duplicou seus membros, o BRICS+ ficou ainda mais poderoso com a chegada de grandes produtores de petróleo como a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que trouxeram seus recursos e o poder de seus fundos soberanos para os BRICS, também o Egito que controla o tão famoso e importante canal que liga o continente Europeu, Africano e Asiático, o Canal de Suez. Além desses dois países também entraram a Etiópia que possui muitos recursos minerais e abre caminho no grupo para a entrada ao mercado da África Oriental, e o tão temido e inimigo do Ocidente, o Irã. Abrangendo BRICS no mundo árabe e avançando no Oriente Médio. ( aqui )
Além desses países, outros já depositaram suas candidaturas para entrar no BRICS+, são eles: Venezuela, Bolívia, Honduras, Cuba, Bielorrússia, Argélia, Nigéria, Senegal, Tailândia, Cazaquistão, Indonésia, Bangladesh, Vietnã e Indonésia, como mostrados em amarelo no mapa abaixo:
Os BRICS representam agora 42% da população mundial, e 25 a 29% da economia, e 40% da superfície terrestre.
O grupo também busca desenvolver o comércio em moeda local, e buscam uma solução alternativa ao dólar americano, tão mencionado inúmeras vezes pelo presidente Lula, que defende a criação de uma moeda comum.
BRICS+ o novo eixo do mal?
O que chama a atenção no BRICS+ é o alinhamento político-ideológico em comum, todos possuem uma frágil democracia, não é segredo que na China comunista não existe oposição, e que ela é a principal beneficiada desse grupo, podendo ser chamada inclusive de líder dele, sendo de longe a maior economia dentre eles. A aproximação de todos os países envolvidos leva a dependência política e econômica que a China cria nas outras nações, comprando políticos para votar leis e obras a favor dela, calando assim a oposição.
Outro ponto que chama a atenção é que eles aceitam qualquer membro, não exigem e nem possuem requisitos como democracia e liberdade de expressão para entrada de novos países no grupo, uma vez que metade dentre seus membros fundadores ela nunca existiu, assim foi a entrada do Irã, que assassina mulheres por se recusarem a usar véus, e condena com pena de morte os homossexuais, e os executam em lugares públicos, além da oposição política que não existe.
Essa foi a principal razão pela qual Milei tirou a Argentina do grupo, pois sabia que o país poderia ser entregue de vez aos comunistas, uma vez que a nação anseia por um milagre econômico, este que os BRICS+ poderia dar devido a fragilidade econômica que o país se encontra, e também poderia ter se tornado um caminho sem volta já que uma dependência econômica leva a uma dependência política, ainda mais em governos tão corruptos como os da América Latina.
O jornal Le Figaro, de centro-direita manifestou a preocupação dessa aliança geopolítica com o titulo “Os “Brics+”, estes dez países emergentes que desafiam o Ocidente”.
Caso Cuba, Venezuela e Bielorrússia entrem no bloco, isso só confirmaria que realmente estamos entrando em algo mais profundo, algo parecido com a Ex-União Soviética, tão sonhada por Lula e Maduro, o que poderia levar a um alarde para as potências Ocidentais e romper os laços diplomáticos com as principais democracias do mundo.
Estamos vendo silenciosamente o mundo se separando em dois blocos, e uma guerra fria prestes a se transformar em uma “guerra quente”.
Agora com as instituições brasileiras como o STF, e o Foro de São Paulo perseguindo e censurando a oposição, fica a pergunta: De qual lado o Brasil ficará caso esse cenário venha a se tornar realidade?
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