Nunca houve muita clareza sobre o funcionamento dos laboratórios biológicos em todo o mundo, muitas vezes administrados por organismos internacionais. Não falamos apenas das dezenas de laboratórios presentes no território ucraniano, sob tutela dos Estados Unidos,ou do famoso Instituto de Virologia de Wuhan – protagonista pela hipótese de vazamento do Sars-Cov-2,hipótese essa também cogitada pelo presidente da OMS, Tedros Ghebreyesus.( aqui )
De qualquer forma, laboratórios desse tipo não estão presentes apenas na Ucrânia, como afirmou Victoria Nuland ( aqui )e na China ( aqui ), mas também na Itália ( aqui ). Estamos falando do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB), uma organização intergovernamental “para pesquisa, treinamento e transferência de tecnologia“, localizada em Trieste. Segundo o site oficial, o ICGEB nasceu inicialmente como um projeto especial da UNIDO ( aqui ), Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. “Independente desde 1994, que administra mais de 45 laboratórios de ponta, em Trieste, Nova Delhi, Índia e Cidade do Cabo, África do Sul”. Uma rede interativa formada por quase 70 Estados-membros, “com operações alinhadas com as do Sistema das Nações Unidas”.
A quinze minutos do centro de Trieste, Itália, foi construído o Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia, também conhecido como Parque da Ciência. É um laboratório biológico de nível BL3, financiado por nada mais, na menos que: Bill Gates e Melinda Gates Foundation.
No entanto, a colaboração com a fundação de Bill e Melinda Gates não nasceu em 2023, mas é de longa data. De fato, o Parque da Ciência de Trieste, além de receber fundos públicos do Estado italiano, também vive graças à “generosidade” de Bill Gates. A primeira enxurrada de dólares veio em 2008: 3 milhões de dólares para um projeto científico intitulado exatamente como o de março deste ano (aqui). O discurso é sempre o mesmo, África e a manipulação de vírus. Já em 2008 gerou grande surpresa, era a primeira vez que um investidor privado se interessava pelo Trieste Science Park.
Ainda não se sabe exatamente porque, a Itália foi escolhida para lidar com a manipulação de vírus potencialmente mortais, para apoiar o continente africano. A questão é como sempre, ligada ao Covid-19 e a narrativa neste ponto, é sempre a mesma e repetitiva. Devemos nos preparar para futuras pandemias, não podemos mais ser pegos despreparados e devemos ajudar os países de maior risco. Resumindo, essas são rasas justificativas.
O que surpreende neste acordo não são tanto os 10 milhões de euros de fundos públicos que a Itália se compromete a atribuir anualmente ao Centro, nem os edifícios disponibilizados gratuitamente ao Centro Internacional ( aqui ). Nem os benefícios, especialmente fiscais, usufruídos pelo Centro e seus trabalhadores. O que é desconcertante é a imunidade total conferida ao laboratório e seus especialistas, representantes e funcionários. Estes últimos são, de fato, protegidos por uma imunidade “de jurisdição pelos atos por eles praticados a título oficial (incluindo discurso e escrita)”, bem como “imunidade de prisão ou detenção” dos representantes dos Estados-Membros.
Até o momento, a relação entre o centro de Trieste e a Fundação Gates continua gerando dúvidas. Sobretudo porque, por vontade do governo Mario Draghi, o bio-laboratório está isento de qualquer controle: desde junho do ano passado o centro de Trieste foi considerado “imune e inviolável”. Os cientistas que lá trabalham não podem ser acusados ou presos, gozam de imunidade “de jurisdição pelos atos por eles praticados a título oficial (palavras e escritos incluídos)”. Portanto, a aplicação da lei dentro do parque científico não tem nenhuma jurisdição ( aqui ). E isso causa ainda mais perplexidade, visto o exemplo da China.
Além disso, de acordo com o artigo 7 da Lei publicado no Diário Oficial: “O Centro é inviolável e seus imóveis e bens, onde quer que se encontrem e sejam detidos por qualquer pessoa, gozam de imunidade de jurisdição” ( aqui ). Em suma, não é exatamente o máximo de transparência, considerando que o de Trieste é um laboratório de Biossegurança Nível 3 (BL3) ( aqui ), o terceiro de quatro níveis, que define uma estrutura na qual são realizados experimentos de manipulação de patógenos potencialmente letais para o homem. Resta saber se esses “privilégios” concedidos são métodos corretos a serem adotados por uma ciência que se diz “transparente”.
A presença de um biolaboratório em Trieste obviamente gerou inúmeras dúvidas e preocupações, principalmente pelo fato que eles não irão parar por ai. Gates tem em seu projeto adicionar um laboratório de nível P4 como o de Wuhan em Trieste ( aqui ). Os cidadãos italianos diante de tantas perguntas sem respostas, estão se organizando para protestar contra esse centro de biogenética cheio de interesses escusos e objetivos obscuros.