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Império de Mark Zuckerberg: sob pressão e ataque

Karina Michelin

Karina Michelin

Foram mais de 5 horas de apagão em todo o mundo, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, perdeu $ 7 bilhões de doláres depois que seu império Facebook, Instagram, WhatsApp e Oculus ficaram inacessíveis para milhões de pessoas no planeta. Até mesmo os funcionários da empresa tiveram os seus acessos bloqueados. 

Não está claro que tipo de falha ocorreu, se foi ou não um ataque cibernético coordenado, segundo um funcionário do Facebook o blackout foi causado por mudanças na configuração dos roteadores que coordenam o tráfego de rede entre seus centros de dados. De acordo com o site Downdetector.com, que rastreia interrupções de serviço por aplicativos e sites de telecomunicações, foram relatados mais de duzentas mil interrupções, concentradas em grandes cidades como Washington e Paris. Inúmeros aplicativos tiveram problemas de conexão ou saíram do ar, em Wall Street, as ações do Facebook  nas mesmas horas despencaram a quase 6%.

No entanto, as coincidências entre o apagão, a instabilidade financeira e as notícias da denúncia da ex funcionária do império no mesmo dia, não poderia ser mais que um episódio profundo de crise de reputação. Uma entrevista explosiva foi ao ar na noite do último domingo pela CBS, Frances Haugen, uma ex funcionária do Facebook, reuniu milhares de páginas de documentos confidenciais entregando-os a membros do congresso americano e à imprensa. Formada em engenharia da comunicação e com mestrado em Harvard, Frances 37 anos, é a denunciante e fonte secreta da investigação chamada “Arquivos do Facebook”. 

A investigação revelou como o Facebook beneficia os usuários e políticos mais poderosos ao moderar seu conteúdo; como os executivos da plataforma foram “protegidos” de acusações criminais; e, acima de tudo, como a pesquisa interna do Facebook lançou fortes alarmes sobre os efeitos que o Instagram pode ter na psique de pessoas muito jovens e, em particular, em meninas. Pesquisas e alarmes que foram lançados mais  não foram ouvidos.

Diante das câmeras do programa 60 Minutos da CBS, Frances Haugen demonstrou clareza e trouxe à tona com os dados em mãos -as evidências, que o  Facebook acionou um mecanismo de desinformação, polarização da opinião pública, influência negativa sobre os mais jovens. E afirmou que  há necessidade de regulamentar as empresas de Mark Zuckerberg. 

Haugen irá testemunhar no congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira para discutir o uso de algoritmos pela empresa, cobrindo especificamente eventos em torno do polêmico dia 6 de janeiro no Capitólio dos EUA. A plataforma está, de fato, passando por sua mais profunda crise de reputação desde o escândalo de “vazamento de dados” de Cambridge Analytica, após as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2016. Hoje ela vai testemunhar no Congresso dos Estados Unidos, e dentro de algumas semanas irá falar também perante o Parlamento britânico, além de estar em contato com parlamentares franceses e com o Parlamento Europeu. 

Frances Haugen disse “O que tenho visto no Facebook é o conflito de interesses entre o que é bom para o público e o que é bom para o Facebook. E o Facebook, repetidamente, fez escolhas com base em seus interesses ». O Facebook favoreceu o crescimento em vez da segurança“. Haugen não agiu por ódio ou vingança, ela contou que entrou no Facebook “depois de perder um ente querido para uma conspiração” e pensou que poderia ajudar a combater a desinformação. O que ela viu lá dentro a convenceu a relatar e denunciar.  Mas ela fez questão de dizer que ainda existem muitas pessoas de boa fé dentro do Facebook: “Juntos podemos criar uma mídia social que mostre o que há de melhor em nós.”

Nick Clegg, vice-presidente de comunicações e assuntos internacionais do Facebook, escreveu em um comunicado: “O impacto das mídias sociais na sociedade nos últimos anos tem sido enorme. O Facebook se tornou o lugar onde o debate público ocorre hoje. Mas não há evidências de que as plataformas sejam a principal causa da polarização política ou dos problemas dos adolescentes ”.

Mas se, como Haugen afirma, a prioridade de Zuckerberg e Company seria o lucro, não seria surpreendente que os conflitos de interesses de todos os tipos possam explodir cada vez mais na plataforma, as provas e evidências estão diante dos nossos olhos. Cada vez mais usuários colecionam notificações de censuras e banimento de conteúdos que não vão de acordo com a linguagem estabelecida por eles. 

O Facebook iniciou uma campanha publicitária agressiva pedindo às pessoas que apoiassem o aumento da regulamentação governamental de plataformas online. O video foi mostrado aos clientes do Hulu e direciona os espectadores a uma página onde a plataforma argumenta que os governos devem forçar todos os sites a adotar as mesmas políticas de moderação que o Facebook emprega: como remover “desinformação”.

Além disso, o Facebook também destaca o “combate à interferência nas eleições estrangeiras” como prioridade, embora a plataforma tenha sido extremamente rígida na remoção de qualquer conteúdo que questione os resultados das eleições presidenciais americana de 2020.

O Facebook escreveu um manifesto que defende as atualizações da Seção 230, que pode fazer com que as plataformas concorrentes percam sua imunidade legal caso não moderem seu conteúdo de acordo com os padrões do Facebook.

Frances Haugen não colocou sua imagem em risco para jogo, está muito claro que Mark Zuckerberg está fazendo lobby para que seus termos de serviço se tornem lei. Zuckerberg já tinha se colocado a disposição de Anthony Fauci para combater a “desinformação” sobre a Pandemia, eliminando qualquer estudo cientifico, médicos e narrativas que fossem diferente dos seus “termos de uso”. 

Às vezes os inimigos se encontram dentro de casa e podem ser ainda piores do que aqueles que estão do lado de fora. Zuckerberg, representa o contrário de tudo que traz liberdade, as suas mídias sociais censuraram, promoveram conspirações, interferiram nas eleições americana ( o maior crime do século) , classificaram seus usuários como “confiáveis” ou não, aumentou o discurso de ódio e ao mesmo tempo criou uma notificação para justificar que eles devem “controlar os discursos de ódio”, perseguiu conservadores, baniu a conta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas, contas de terroristas e grupos anti-democráticos e violentos como Black Lives Matter, Antifa e dos talibãs são mantidas em sua plataforma. 

Mark Zuckerberg nunca defendeu a liberdade de expressão, além de ser um dos maiores cúmplices de crimes ocorridos contra a humanidade, da atualidade. 

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9 comentários em “Império de Mark Zuckerberg: sob pressão e ataque”

    1. Excelente como sempre, Karina! Contundente com elegância e clareza! Continue sempre com seu trabalho corajoso de informação além dos véus que tentam colocar sobre a verdade!

  1. É de se pensar que não é um problema Facebook focar em lucro. Milhares de pessoas o usam para vender seus próprios produtos. O maior problema de qualquer plataforma aberta ao público, ao meu ver, é ela ser partidária em qualquer nível. Mas sabemos para quem Zukinho trabalha, e sabemos que o buraco é bem mais fundo.

    1. Brilhante texto ( ciência é o que você trás para todos) o POVO está refém de um GRUPO de PODER — Urgente a criação de novas plataformas.

  2. Quem tem o dedo para desligar a ‘INTERNET’ pode fazer isso a qualquer momento, as ditas plataformas digitais que ficaram fora do ar uma tarde inteira mostrou bem o que pode acontecer se isso ocorrer por tempo indeterminado, guerrinhas de ‘egos inflados’ do criador ou criadores das plataformas junto a políticos e outros poderosos que querem o domínio das massas tendem a cair do cavalo a qualquer momento… Reinicia-se tudo nas comunicações, começando pelo velho Código Morse…Aquele tempo sem internet até que era bom, tinha mais tempo pra estarmos juntos e o mundo era imenso.

    Mais uma vez, PARABÉNS Karina!!
    Por nos trazer mais ‘informações de conteúdo’ sobre o que ocorre nos bastidores dos podres poderes.

  3. PARABÉNS, KARINA !!!
    Essas informações ajudam a que TODOS abram os olhos e percebam as “jogadas” do que está acontecendo contra a humanidade.

  4. Pingback: Crise mundial: Zuckerberg teme a recessão e anuncia um corte de 30% de funcionários – Karina Michelin

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